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quarta-feira, 9 de abril de 2014

VIII Mostra de Teatro de São Miguel Paulista - 2ª semana


O teatro de rua invade a Zona Leste com 12 espetáculos, além de intervenções circenses, na 8ª edição da Mostra realizada pelo Buraco d’Oráculo. Cultura e diversão ao ar livre!

Entre os dias 4 e 13 de abril, acontece a VIII Mostra de Teatro de São Miguel Paulista, na Praça do Casarão (ao lado da Estação Vila Mara, da CPTM), no Jardim Helena, Zona Leste de São Paulo. A programação (gratuita) é diversificada e forma um grande painel atual do teatro de rua.

O evento reúne grupos, artistas e coletivos que são referência nesta arte, oriundos de diferentes regiões como Rosário (Argentina), Porto Alegre (RS), Londrina (PR), Palmas (TO), Maracanaú (CE), Recife (PE), Macapá (AP), São Paulo (interior e capital).

Idealizada e realizada pelo Buraco d’Oráculo, a Mostra chega à oitava edição, contemplada pelo ProAC Festivais e Mostras, da Secretaria de Estado da Cultura. Neste ano o evento celebra os 15 anos de história do grupo e os 12 anos de atuação na região leste da cidade. São Miguel Paulista se destaca por ser locus de realização de diversos projetos do grupo.

A Mostra foi criada com o intuito de estabelecer relações com outros artistas da região. No entanto, tornou-se referência nacional no âmbito do teatro de rua, pois desde a quarta edição, essa foi sua principal modalidade teatral.

PROGRAMAÇÃO
Local: Praça do Casarão
Vila Mara (ao lado da estação de trem Vila Mara (CPTM). Jardim Helena. SP/SP
De 4 a 13 de abril - sexta a domingo - 15h30 e 17h (ou 19h)
Grátis (espetáculos ao ar livre). Recomendação: Livre


Mestres de Cerimônias - Antes de cada apresentação e também nos intervalos entre uma e outra, os mestres de cerimônia fazem breves intervenções.

  • Dias 11, 12 e 13 de abril – J. E. Tico (São Paulo, SP) - O ator, bonequeiro e palhaço faz pequenas intervenções, tendo como inspiração os brinquedos populares.


11 de abril - sexta-feira
Mestre de cerimônia: J. E. Tico (São Paulo, SP)

  • 15h30 - Espetáculo: PatoLogias (45 min)
            Com Cia. de Teatro, Circo y Música Pato Mojado (Rosário, Argentina)

Sinopse - PatoLogias é um espetáculo de humor para todos os públicos, recheado de música ao vivo, palhaços e acrobacias. Segundo a companhia, é “uma divertida comédia circense para crianças e adultos, animais e vegetais, robôs, marcianos e público em geral”.

Ficha técnica - Autores: María Franchi e César Artero. Direção: Pato Mojado. Atores: María Franchi, César Artero e Pedro Jozami. Preparação vocal e musical: Alejo Castillo e Pedro Jozami. Figurino: Norma Veja e Vilma Artero. Produção: María Franchi.

O grupo - A fundação da Companhia de Teatro, Circo e Música Pato Mojado foi motivada pela necessidade de divulgar e redescobrir o trabalho de rua, a partir de uma variedade de estéticas e formas, bem como pela investigação do universo amplo do humor, tanto na prática quanto na teoria. Desde 2004, o grupo tem trabalhado com diversos artistas em diferentes cidades e países.

  • 17 horas - Espetáculo: A Exceção e a Regra
            Com Cia. Estável de Teatro (São Paulo, SP) - Duração: 70 min.

Sinopse - Uma pequena caravana participa de uma corrida em direção à cidade de Urga. A expedição que chegar primeiro ganhará como prêmio uma concessão para explorar petróleo. Durante a viagem, vemos exposta a relação entre explorador e explorado, assim como os mecanismos que legitimam o abuso de um e a submissão do outro.

Ficha técnica - Autor: Bertolt Brecht. Tradução: Alexandre Krug. Direção: Renata Zhaneta. Direção musical: Sérgio Zanck. Atores: Andressa Ferrarezi, Daniela Giampietro, Juliana Liegel, Luiz Calvo, Maurício Hiroshi, Nei Gomes, Osvaldo Pinheiro, Sandra Santana, Sérgio Zanck, Paula Cortezia e Zeca Volga. Músicas: Osvaldo Hortêncio e Sérgio Zanck. Produção: Mariza Pinto, Andressa Ferrarezi e Nei Gomes. Cenário e adereços: Valter Mendes e Dani Abreu. Figurino: Kath Ulian. Maquiagem: Dani Ferrarezi

O grupo - A Companhia Estável existe desde 2001. Seu primeiro trabalho foi com a ocupação do Teatro Flávio Império, no bairro de Cangaíba, periferia de São Paulo; depois, veio a residência artística na casa de acolhida Arsenal da Esperança, no Brás, a partir de 2006. Os 13 anos de história são marcados pela pesquisa sobre formas políticas de teatro e pela busca por um trabalho totalmente coletivo, procurando espelhar na organização interna do grupo a crítica contra-hegemônica, formulada em cena.

12 de abril - sábado
Mestre de cerimônia: J. E. Tico (São Paulo, SP)

  • 15h30 - Espetáculo: Romeu e Julieta - O Encontro de Shakespeare e a Cultura Popular
            Com Grupo Garajal (Maracanaú, CE) - Duração: 70 min.

Sinopse: A história de amor juvenil mais encenada no planeta é transposta para um terreiro de reisado, festa típica do regionalismo nordestino. A ela são agregadas as figuras de Mateus, Catirina e Jaraguá, além de príncipes e guerreiros que mediam o embate entre os Montecchio e os Capuleto, duas famílias que não se bicam e conspiram para o trágico desfecho. A expressão corporal é apoiada em lutas de espadas, danças e brincadeiras como pau de fita e roda de coco. Os artistas equilibram-se na gangorra entre o bardo inglês e o folguedo brasileiro. E ainda tocam e cantam.

Ficha técnica - Autor: William Shakespeare. Adaptação: Victor Augusto. Direção: Mário Jorge e Diego Mesquita. Atores: Aldebaran Fautino, Aline Fontenele, Dielan Viana, Flavia Cavalcante, Henrique Rosa, Miguel Cairo, Rafael Melo, Rayane Mendes e Sudailson Kennedy. Figurino: Dielan Viana e Lu Nunes. Preparação corporal: Mário Jorge. Produção: Rafael Melo e Mário Jorge.

O grupo - O núcleo artístico do município da região metropolitana de Fortaleza, Grupo Garajal, apresenta seu oitavo espetáculo, que coroa o trabalho de formação de jovens atores e a pesquisa permanente em torno da cultura popular da qual não arreda pé, desde o surgimento do Instituto Garajal de Arte e Cultura Popular, em 2003.

  • 17 horas - Espetáculo: Cafuringa
            Com Grupo Cafuringa (Recife, PE) - Duração: 60 min.

Sinopse - O espetáculo narra a história do ventriloquista, embolador, vendedor de pomadas e garrafadas, o Cafuringa. O trabalho faz um recorte no tempo, abordando desde seus momentos brincantes até a sua expulsão do Pátio do Carmo, na cidade de Recife, PE.

Ficha técnica - Concepção e produção executiva: Alexandre Menezes. Encenação e texto: Alexandre Menezes e Luiz Filho. Ventriloquista: Luiz Filho. Atores: Alexandre Menezes, Luiz Filho, Pablo Dantas, Filippo Rodrigo e Temi Fogo. Poeta e letrista: Pablo Dantas. Criação e execução musical: Filippo Rodrigo. Provocador e facilitador cênico: Junio Santos. Construção de bonecos: Mestre Zé Lopes e Mestre Saúba. Execução musical: Temir Fogo. Execução de figurino, máscaras, bonecos e adereços: Cleydson Catarina. Desenho de figurino e maquiagem: Cayo Ogam. Preparação vocal: Leila Freitas. Programação visual: Java Araújo.

O grupo - Segundo o grupo Cafuringa, “no dia 11 de setembro de 2010, o Grupo explodiu: três amigos pensando em se divertir juntos. Era, de fato, uma oportunidade para falar de teatro, estar junto e brincar com a nossa tão adorada arte popular”. O Mestre Cafuringa foi o grande inspirador, tanto que o Grupo e o primeiro espetáculo carregam o seu nome. “Cafuringa continuará vivo na memória do povo recifense e a sua ousadia, na voz do boneco Joãozinho, retornará vibrante para as ruas do Brasil. O cordeiro sacrificado morre, o amor morre... só a arte, não!”

13 de abril - domingo
Mestre de cerimônia: J. E. Tico (São Paulo, SP)

  • 15h30 – Espetáculo: A Festa da Rosinha Boca Mole
            Com Mamulengo da Folia (Guararema, SP) - Duração: 50 min.

Sinopse - Espetáculo de mamulengo em que muitos das personagens que aparecem para A Festa da Rosinha Boca Mole são clássicos da cultura popular e outras guardam parentesco com a commedia dell’arte. Outras entram ao som e ao sabor do improviso em cada lugar onde o brincante se instale e a brincadeira se faça, tratando do particular que se universaliza na identificação com o público que aprecia e brinca a brincadeira.

Ficha técnica - Texto, direção, figurino: Danilo Cavalcante. Ator mamulengueiro: Danilo Cavalcante. Produção: Mamulengo da Folia. Músicos: Zé do Fole, Erasmo José e Sabino do Pandeiro.

O grupo - Nascido no sertão de Pernambuco, o Mamulengo da Folia tornou-se um dos mais atuantes grupos de bonecos do Brasil. Como tal, nascido na terra que é o berço do mamulengo, já veio ao mundo pronto a correr caminhos com sua inegável vocação para o teatro mabembe. O trabalho é apresentado na rua, em escolas e teatros, contemplando plateias populares, sempre numa atitude de resistência e de salvaguarda dos elementos essenciais que configuram a tradição do mamulengo brasileiro.

  • 17 horas – Espetáculo: O Baile dos Anastácio
            Com Oigalê (Porto Alegre, RS) - Duração: 60 min.

Sinopse - O Baile dos Anastácio é uma parábola sobre a devastação ambiental e os jogos de interesses em torno da terra. A peça utiliza como metáfora o casamento arranjado que ignora o real desejo da mulher. Um baile repleto de música, encontros, desencontros, pelejas, danças e namoros, são apresentados de forma divertida, dinâmica e bem humorada.

Ficha técnica - Autor: Luís Alberto de Abreu. Direção: Cláudia Sachs. Atores: Giancarlo Carlomagno, Karine Paz, Hamilton Leite, Mariana Horlle, Paulo Roberto Farias e Paulo Brasil. Preparação vocal: Simone Rasslan. Trilha sonora: Diego Silveira, Mateus Mapa e Simone Rasslan. Cenário: Luís Marasca. Figurino: Alexandre Magalhães e Silva. Produção: Oigalê

O grupo - A Oigalê surgiu, em 1999, e desde então mantém um trabalho contínuo que pesquisa o teatro de rua. O grupo, anualmente, faz temporadas de teatro de rua em parques e praças de Porto Alegre, além de se apresentar em escolas e instituições, além de realizar cortejos e intervenções cênicas. Seus espetáculos já somam mais de 1.500 apresentações, em mais de 100 cidades do Rio Grande do Sul, 18 estados brasileiros e no exterior, atingindo um total de 500.000 pessoas.


Sobre o BURACO D’ORÁCULO

O Buraco d’Oráculo tem 15 anos de existência. Nasceu em 1998, com o intuito de fazer um teatro que discutisse o homem urbano contemporâneo e seus problemas. Desta forma, e desde o inicio, o grupo opta pelo teatro de rua, a forma mais efetiva encontrada para compartilhar momentos de reflexão e afetividade.

O trabalho do grupo é calcado em três pontos fundamentais: a rua, como local fundamental para promover o encontro direto com o publico; a cultura popular, como fonte inspiradora e; o cômico, destacando-se a farsa e as relações com o denominado “realismo grotesco”. E encontrou nas manifestações populares os elementos da expressão de sua arte. A descoberta do popular se deu a partir do encontro com o diretor Ednaldo Freire e do estudo da obra de Mikhail Bakhtin, ainda em 1999.

O Buraco d’Oráculo optou pelo popular e pela rua como determinação e também como alvo de crítica. O trabalho levou-os ao encontro de um público diferente daquele que frequenta as salas de espetáculos e começaram a desenvolver os projetos de forma descentralizada, buscando democratizar o acesso ao fazer teatral. Por isso, desde 2002, atua na zona leste da cidade de São Paulo, sobretudo na região de São Miguel Paulista.

A prática levou o grupo a ampliar o raio de atuação, apresentando-se nos conjuntos habitacionais (COHAB e CDHU). Nesses locais, densamente povoados, foi realizado o Projeto Circular COHAB’s (2005), desenvolvido com recurso do VAI (Programa para a Valorização de Iniciativas Culturais); depois, em 2006, com recursos do Programa de Fomento ao Teatro para a Cidade de São Paulo, permitiu que o grupo circulasse por 18 conjuntos habitacionais, atingindo um público de mais de 30 mil pessoas, apenas nesse projeto.

Em 2008, contemplado mais uma vez com recursos do Programa Fomento, o grupo passou a desenvolver um trabalho de pesquisa, junto às comunidades por onde havia circulado, que resultou no espetáculo Ser TÃO Ser – Narrativas as Outra Margem, que estreou em agosto de 2009. No ano seguinte, novamente com recursos do Fomento, desenvolveu o projeto Narrativas de Trabalho, que consistiu na pesquisa sobre a precarização de trabalho, no aperfeiçoamento técnico-artístico dos integrantes e na criação de intervenções e performances sobre o tema. Atualmente, o grupo dá sequência a esta pesquisa e pretende criar um espetáculo com a comunidade.

Destaque também para outros projetos como o Buraco nas Praças, Caminhada Poética e oficinas teatrais, além da Mostra de Teatro de São Miguel Paulista, que está na oitava edição, envolvendo grupos brasileiros e internacionais. É importante dizer que os espetáculos são protagonizados por populares, pois é para eles que se destinam. O Buraco d’Oráculo já produziu oito espetáculos nos quais busca manter essas propostas. São eles: A Guerra Santa (1998), Amor de Donzela, Olho Nela! (1999), Quem Pensa Que Muito Engana, Acaba Sendo Enganado (2000), A Bela Adormecida (2001), O Cuscuz Fedegoso (2002), A Farsa do Bom Enganador (2006), ComiCidade (2008), Ser TÃO Ser – Narrativas da outra margem (2009) e Ópera do Trabalho (2013).

Integrantes: Adailton Alves, Edson Paulo, Heber Humberto Teixeira, Lu Coelho, Patrícia Leal, Rominson Paulo, Selma Pavanelli e Thiago Thalles.


Assessoria de imprensa: VERBENA COMUNICAÇÃO
Tel: (11) 2738-3209 / 99373-0181- verbena@verbena.com.br