O
teatro de rua invade a Zona Leste com 12 espetáculos, além de intervenções
circenses, na 8ª edição da Mostra realizada pelo Buraco d’Oráculo. Cultura e
diversão ao ar livre!
Entre
os dias 4 e 13 de abril, acontece a VIII Mostra de Teatro de São
Miguel Paulista, na Praça do Casarão
(ao lado da Estação Vila Mara, da CPTM), no Jardim Helena, Zona Leste de São
Paulo. A programação (gratuita) é diversificada e forma um grande painel atual do
teatro de rua.
O
evento reúne grupos, artistas e coletivos que são referência nesta arte, oriundos
de diferentes regiões como Rosário (Argentina), Porto Alegre (RS), Londrina (PR),
Palmas (TO), Maracanaú (CE), Recife (PE), Macapá (AP), São Paulo (interior e
capital).
Idealizada e realizada pelo Buraco d’Oráculo,
a Mostra chega à oitava edição,
contemplada pelo ProAC Festivais e Mostras, da Secretaria de Estado da Cultura.
Neste ano o evento celebra os 15 anos de história do grupo e os 12 anos
de atuação na região leste da cidade. São Miguel Paulista se destaca por ser locus
de realização de diversos projetos do grupo.
A
Mostra foi criada com o intuito de estabelecer relações com outros artistas da
região. No entanto, tornou-se referência nacional no âmbito do teatro de rua,
pois desde a quarta edição, essa foi sua principal modalidade teatral.
PROGRAMAÇÃO
Local: Praça do Casarão
Vila
Mara (ao lado da estação de trem Vila Mara (CPTM). Jardim Helena. SP/SP
De 4 a 13 de abril - sexta a domingo - 15h30 e 17h
(ou 19h)
Grátis (espetáculos ao ar livre). Recomendação: Livre
Mestres de Cerimônias - Antes de cada apresentação e também nos intervalos
entre uma e outra, os mestres de cerimônia fazem breves intervenções.
- Dias 11, 12 e 13 de abril – J. E. Tico (São Paulo, SP)
- O ator, bonequeiro e palhaço faz pequenas intervenções, tendo como
inspiração os brinquedos populares.
11 de
abril - sexta-feira
Mestre de cerimônia: J. E. Tico (São Paulo, SP)
- 15h30 - Espetáculo:
PatoLogias (45 min)
Com
Cia. de Teatro, Circo y Música
Pato Mojado (Rosário, Argentina)
Sinopse
- PatoLogias é um
espetáculo de humor para todos os públicos, recheado de música ao vivo,
palhaços e acrobacias. Segundo a companhia, é “uma divertida comédia circense
para crianças e adultos, animais e vegetais, robôs, marcianos e público em
geral”.
Ficha
técnica - Autores: María
Franchi e César Artero. Direção: Pato Mojado. Atores: María Franchi, César
Artero e Pedro Jozami. Preparação vocal e musical: Alejo Castillo e Pedro
Jozami. Figurino: Norma Veja e Vilma Artero. Produção: María Franchi.
O
grupo - A fundação da
Companhia de Teatro, Circo e Música Pato Mojado foi motivada pela necessidade
de divulgar e redescobrir o trabalho de rua, a partir de uma variedade de
estéticas e formas, bem como pela investigação do universo amplo do humor,
tanto na prática quanto na teoria. Desde 2004, o grupo tem trabalhado com
diversos artistas em diferentes cidades e países.
- 17 horas -
Espetáculo: A Exceção e a Regra
Com
Cia. Estável de Teatro (São Paulo, SP)
- Duração: 70 min.
Sinopse - Uma pequena caravana
participa de uma corrida em direção à cidade de Urga. A expedição que
chegar primeiro ganhará como prêmio uma concessão para explorar petróleo.
Durante a viagem, vemos exposta a relação entre explorador e explorado,
assim como os mecanismos que legitimam o abuso de um e a submissão do
outro.
Ficha
técnica - Autor: Bertolt
Brecht. Tradução: Alexandre Krug. Direção: Renata Zhaneta. Direção musical:
Sérgio Zanck. Atores: Andressa Ferrarezi, Daniela Giampietro, Juliana Liegel,
Luiz Calvo, Maurício Hiroshi, Nei Gomes, Osvaldo Pinheiro, Sandra Santana,
Sérgio Zanck, Paula Cortezia e Zeca Volga. Músicas: Osvaldo Hortêncio e Sérgio
Zanck. Produção: Mariza Pinto, Andressa Ferrarezi e Nei Gomes. Cenário e
adereços: Valter Mendes e Dani Abreu. Figurino: Kath Ulian. Maquiagem: Dani
Ferrarezi
O
grupo - A Companhia
Estável existe desde 2001. Seu primeiro trabalho foi com a ocupação do Teatro
Flávio Império, no bairro de Cangaíba, periferia de São Paulo; depois, veio a
residência artística na casa de acolhida Arsenal da Esperança, no Brás, a
partir de 2006. Os 13 anos de história são marcados pela pesquisa sobre formas
políticas de teatro e pela busca por um trabalho totalmente coletivo,
procurando espelhar na organização interna do grupo a crítica contra-hegemônica,
formulada em cena.
12 de
abril - sábado
Mestre de cerimônia: J. E. Tico (São Paulo, SP)
- 15h30 - Espetáculo: Romeu
e Julieta - O Encontro de Shakespeare e a Cultura Popular
Com
Grupo Garajal (Maracanaú, CE) - Duração: 70 min.
Sinopse:
A história de amor
juvenil mais encenada no planeta é transposta para um terreiro de reisado,
festa típica do regionalismo nordestino. A ela são agregadas as figuras de
Mateus, Catirina e Jaraguá, além de príncipes e guerreiros que mediam o embate entre
os Montecchio e os Capuleto, duas famílias que não se bicam e conspiram para o
trágico desfecho. A expressão corporal é apoiada em lutas de espadas, danças e
brincadeiras como pau de fita e roda de coco. Os artistas equilibram-se na
gangorra entre o bardo inglês e o folguedo brasileiro. E ainda tocam e cantam.
Ficha
técnica - Autor: William
Shakespeare. Adaptação: Victor Augusto. Direção: Mário Jorge e Diego Mesquita. Atores:
Aldebaran Fautino, Aline Fontenele, Dielan Viana, Flavia Cavalcante, Henrique
Rosa, Miguel Cairo, Rafael Melo, Rayane Mendes e Sudailson Kennedy. Figurino:
Dielan Viana e Lu Nunes. Preparação corporal: Mário Jorge. Produção: Rafael
Melo e Mário Jorge.
O grupo - O
núcleo artístico do município da região metropolitana de Fortaleza, Grupo
Garajal, apresenta seu
oitavo espetáculo, que coroa o trabalho de formação de jovens atores e a
pesquisa permanente em torno da cultura popular da qual não arreda pé, desde o
surgimento do Instituto Garajal de Arte e Cultura Popular, em 2003.
- 17 horas - Espetáculo:
Cafuringa
Com Grupo Cafuringa (Recife, PE) - Duração: 60 min.
Sinopse - O espetáculo narra a história do ventriloquista,
embolador, vendedor de pomadas e garrafadas, o Cafuringa. O trabalho faz um
recorte no tempo, abordando desde seus momentos brincantes até a sua expulsão
do Pátio do Carmo, na cidade de Recife, PE.
Ficha
técnica - Concepção e
produção executiva: Alexandre Menezes.
Encenação e texto: Alexandre
Menezes e Luiz Filho. Ventriloquista: Luiz Filho. Atores: Alexandre
Menezes, Luiz Filho, Pablo Dantas, Filippo Rodrigo e Temi Fogo. Poeta e
letrista: Pablo Dantas. Criação
e execução musical: Filippo Rodrigo.
Provocador e facilitador cênico: Junio
Santos. Construção de bonecos: Mestre
Zé Lopes e Mestre Saúba. Execução musical: Temir Fogo. Execução de figurino, máscaras, bonecos e adereços: Cleydson Catarina. Desenho de figurino
e maquiagem: Cayo Ogam. Preparação
vocal: Leila Freitas. Programação
visual: Java Araújo.
O
grupo - Segundo o grupo Cafuringa, “no dia 11 de setembro de 2010, o Grupo explodiu: três amigos
pensando em se divertir juntos. Era, de fato, uma oportunidade para falar de
teatro, estar junto e brincar com a nossa tão adorada arte popular”. O Mestre
Cafuringa foi o grande inspirador, tanto que o Grupo e o primeiro espetáculo
carregam o seu nome. “Cafuringa continuará vivo na memória do povo recifense e
a sua ousadia, na voz do boneco Joãozinho, retornará vibrante para as ruas do
Brasil. O cordeiro sacrificado morre, o amor morre... só a arte, não!”
13 de
abril - domingo
Mestre de cerimônia: J. E. Tico (São Paulo, SP)
- 15h30 – Espetáculo:
A Festa da Rosinha Boca Mole
Com
Mamulengo da Folia (Guararema, SP) -
Duração: 50 min.
Sinopse - Espetáculo
de mamulengo em que muitos das personagens que aparecem para A Festa da
Rosinha Boca Mole são clássicos da cultura popular e outras guardam
parentesco com a commedia dell’arte. Outras entram ao som e ao sabor do
improviso em cada lugar onde o brincante se instale e a brincadeira se faça,
tratando do particular que se universaliza na identificação com o público que
aprecia e brinca a brincadeira.
Ficha
técnica - Texto, direção,
figurino: Danilo Cavalcante. Ator mamulengueiro: Danilo Cavalcante. Produção:
Mamulengo da Folia. Músicos: Zé do Fole, Erasmo José e Sabino do Pandeiro.
O grupo - Nascido no sertão de Pernambuco, o Mamulengo da Folia
tornou-se um dos mais atuantes grupos de bonecos do Brasil. Como tal, nascido
na terra que é o berço do mamulengo, já veio ao mundo pronto a correr caminhos
com sua inegável vocação para o teatro mabembe. O trabalho é apresentado na rua, em escolas e teatros, contemplando
plateias populares, sempre numa atitude de resistência e de salvaguarda dos
elementos essenciais que configuram a tradição do mamulengo brasileiro.
- 17 horas –
Espetáculo: O Baile dos
Anastácio
Com
Oigalê (Porto Alegre, RS) - Duração: 60 min.
Sinopse - O Baile dos Anastácio
é uma parábola sobre a devastação ambiental e
os jogos de interesses em torno da terra. A peça utiliza como metáfora o
casamento arranjado que ignora o real desejo da mulher. Um baile repleto de
música, encontros, desencontros, pelejas, danças e namoros, são apresentados de
forma divertida, dinâmica e bem humorada.
Ficha
técnica - Autor: Luís
Alberto de Abreu. Direção: Cláudia Sachs. Atores: Giancarlo Carlomagno, Karine
Paz, Hamilton Leite, Mariana Horlle, Paulo Roberto Farias e Paulo Brasil. Preparação
vocal: Simone Rasslan. Trilha sonora: Diego Silveira, Mateus Mapa e Simone
Rasslan. Cenário: Luís Marasca. Figurino: Alexandre Magalhães e Silva. Produção:
Oigalê
O
grupo - A Oigalê surgiu,
em 1999, e desde então mantém um trabalho contínuo que pesquisa o teatro de
rua. O grupo, anualmente, faz temporadas de teatro de rua em parques e praças
de Porto Alegre, além de se apresentar em escolas e instituições, além de realizar
cortejos e intervenções cênicas. Seus espetáculos já somam mais de 1.500
apresentações, em mais de 100 cidades do Rio Grande do Sul, 18 estados
brasileiros e no exterior, atingindo um total de 500.000 pessoas.
Sobre o BURACO D’ORÁCULO
O Buraco d’Oráculo tem 15 anos de
existência. Nasceu em 1998, com o intuito de fazer um teatro que discutisse o
homem urbano contemporâneo e seus problemas. Desta forma, e desde o inicio, o
grupo opta pelo teatro de rua, a forma mais efetiva encontrada para compartilhar
momentos de reflexão e afetividade.
O trabalho do grupo é calcado em três
pontos fundamentais: a rua, como local fundamental para promover o encontro
direto com o publico; a cultura popular, como fonte inspiradora e; o cômico,
destacando-se a farsa e as relações com o denominado “realismo grotesco”. E
encontrou nas manifestações populares os elementos da expressão de sua arte. A
descoberta do popular se deu a partir do encontro com o diretor Ednaldo Freire
e do estudo da obra de Mikhail Bakhtin, ainda em 1999.
O Buraco d’Oráculo optou pelo popular e
pela rua como determinação e também como alvo de crítica. O trabalho levou-os
ao encontro de um público diferente daquele que frequenta as salas de
espetáculos e começaram a desenvolver os projetos de forma descentralizada,
buscando democratizar o acesso ao fazer teatral. Por isso, desde 2002, atua na
zona leste da cidade de São Paulo, sobretudo na região de São Miguel Paulista.
A prática levou o grupo a ampliar o
raio de atuação, apresentando-se nos conjuntos habitacionais (COHAB e CDHU).
Nesses locais, densamente povoados, foi realizado o Projeto Circular COHAB’s
(2005), desenvolvido com recurso do VAI (Programa para a Valorização de
Iniciativas Culturais); depois, em 2006, com recursos do Programa de Fomento ao
Teatro para a Cidade de São Paulo, permitiu que o grupo circulasse por 18
conjuntos habitacionais, atingindo um público de mais de 30 mil pessoas, apenas
nesse projeto.
Em 2008, contemplado mais uma vez com
recursos do Programa Fomento, o grupo passou a desenvolver um trabalho de
pesquisa, junto às comunidades por onde havia circulado, que resultou no
espetáculo Ser TÃO Ser – Narrativas as Outra Margem, que estreou em
agosto de 2009. No ano seguinte, novamente com recursos do Fomento, desenvolveu
o projeto Narrativas de Trabalho, que consistiu na pesquisa sobre a
precarização de trabalho, no aperfeiçoamento técnico-artístico dos integrantes
e na criação de intervenções e performances sobre o tema. Atualmente, o grupo
dá sequência a esta pesquisa e pretende criar um espetáculo com a comunidade.
Destaque também para outros projetos
como o Buraco nas Praças, Caminhada Poética e oficinas teatrais, além da Mostra
de Teatro de São Miguel Paulista, que está na oitava edição, envolvendo grupos
brasileiros e internacionais. É importante dizer que os espetáculos são
protagonizados por populares, pois é para eles que se destinam. O Buraco
d’Oráculo já produziu oito espetáculos nos quais busca manter essas propostas.
São eles: A Guerra Santa (1998), Amor de Donzela, Olho Nela!
(1999), Quem Pensa Que Muito Engana, Acaba Sendo Enganado (2000), A
Bela Adormecida (2001), O Cuscuz Fedegoso (2002), A Farsa do Bom
Enganador (2006), ComiCidade (2008), Ser TÃO Ser – Narrativas da
outra margem (2009) e Ópera do Trabalho (2013).
Integrantes: Adailton Alves, Edson Paulo, Heber Humberto Teixeira, Lu
Coelho, Patrícia Leal, Rominson Paulo, Selma Pavanelli e Thiago Thalles.
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